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8.1.10

As verdades dos 17

Por muito tempo namorei a eternidade como se fosse a minha única certeza, a única resposta. Depois quando percebi que não a possuía, virou obsessão. Minha vida virou uma grande pergunta. E procurava e procurava a resposta que me tornasse inteira. Às vezes sentia essa pausa da existência que é a solidão.

Quando me deparei com a instabilidade de ser de tudo, esperei o fim. E fiquei sentada olhando, vencida, a vida que me desafiara. Depois matei meu idealismo.

E como se tudo o que eu vivesse não existisse, fosse só sonho.
E dormir seria a certeza de viver.
Mas dormi na mentira e esqueci que há autenticidade fora do universo inconsciente.


POA, 18/05/03

2 comentários:

Mariana Waldow disse...

me lembrou clarice lispector, de alguma forma. muito sensível. a senhorita é de signo de água? rara sensibilidade.

f. disse...

oi, priscila! que massa que abriu um blog, eu não sabia que escrevia :)

lembrei de um poeminha ao ler seus textos... colei cá embaixo. beijos!

***

A Solidão e Sua Porta

Quando mais nada resistir que valha
a pena de viver e a dor de amar
E quando nada mais interessar
(nem o torpor do sono que se espalha)
Quando pelo desuso da navalha
A barba livremente caminhar
e até Deus em silêncio se afastar
deixando-te sozinho na batalha
Arquitetar na sombra a despedida
Deste mundo que te foi contraditório
Lembra-te que afinal te resta a vida
Com tudo que é insolvente e provisório
e de que ainda tens uma saída
Entrar no acaso e amar o transitório.


- Carlos Pena Filho