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27.8.22

Alix Olsen

 Vivendo, nós aprendemos, podemos ser ao mesmo tempo descuidado e preciso. E assim, você escolhe a testemunha cuidadosa para a sua vidinha tola. Vocês começam a traçar as jornadas uma da outra, começam a notar toda a doçura e os detalhes de seus jeitos. Porque o amor busca uma linguagem de consolo. E ele fala muito do amanhã quando você é fluente em perdão. Às vezes familiar, torna-se mágico, precisa-se de distância, Às vezes é o espaço que o molda. E a forma não é instantânea. Às vezes o horizonte é surpreendente. E a vista vale a pena o risco. E o risco é uma longa espera, mas essa garota é persistente. Às vezes, um futuro significa apenas que vale a pena lutar todos os dias. E este dia é uma presença, e este momento está brilhando. Às vezes, as orações dela são....calmantes. Às vezes, o rosto dela é adorável. Anos, anos gastos em busca. Às vezes, as pessoas têm sorte.   


Alix Olson

Foi o ano

 Foi o ano

junto os nossos sonhos e planos
castelo em ruínas desabando
desbotou nosso arco-íris
resumindo hoje em preto e branco
cabô o encanto

O jardim de inveja dos vizinhos virou
mausoléu de crisântemos
e o que era perfeito junto
hoje veio, nem tanto
e tanto fiz que agora tanto faz

Amei demais
e por amar demais me doei tanto
por isso me dói tanto
depois de tantos anos
perceber que foi engano

Atando e desatando
Eu fui nós e ela foi minha
mas não me pertencia
e sim a alguém que ela queria que eu fosse,
e se possível assim seria

Então, a ela e não a mim eu pertencia
justamente era a liberdade que nos prendia
que ironía!

E hoje entendo o que antes
não entendia
eu quero sim criar laços, mas realmente
acho que não funcionaria com nós

Me vi aos prantos
quebrando pratos
rasgando panos
dei as costas
saí andando

Eu nunca tive tempo para ficar chorando
e dizem que sou fria
mas quando eu sofria
diziam que eu não estava superando
foda-se o que estão falando

Mudança de planos
desculpa o atraso
somos seres humanos, falhos
eu nunca disse o contrário
bem pelo contrário
se falho, logo aprendo
recomeço e reparo

Não se deve chorar pelo leite derramado
até porque poderia ser uma lata de Redbull
que é bem mais caro
como aquele casaco 
que eu não tive grana pra comprar pra ti
de presente em SP

E eu quero parar de pensar em nós 
já que somos laços fracos, fáceis de ser 
desatados, mas não paro
Não paro!
E pra fugir busco atalhos

E se me distraio, volto
em qualquer tarde de maio
Afinal eu sou feita de amor, poesia 
e retalhos.

(Texto retirado do insta... não me lembro a autora)

1.10.20

Reflexo

Nos guardamos para assim nos vermos refletidos um no outro para compreendemos tudo o que vivemos. Na ausência dos que não estão mais aqui, fica o sentimento nítido e quente como um acento que acabou de vagar. Precisamos um do outro por sermos humanos. A solitude é necessária se intercalada com momentos de troca e expansão. 


Bem-vindo o dia, bem-vinda a noite. Contrastes e complementares uns dos outros. 

30.8.10

Ezln



"Nosotros nacimos de la noche
en ella vivimos
y moriremos en ella
pero la luz será mañana para los más,
para todos aquellos que hoy lloran la noche,
para quienes se niega el día.
Para todos la luz,
para todos todo.
Nuestra lucha es por hacernos escuchar y el mal gobierno
grita soberbia y tapa con cañones sus oídos,
nuestra lucha es por un trabajo justo y digno y el mal gobierno compra y vende cuerpos y vergüenza,
nuestra lucha es por la vida y el mal gobierno oferta muerte como futuro,
nuestra lucha es por la justicia y el mal gobierno se llena de criminales y asesinos,
nuestra lucha es por la paz y el mal gobierno anuncia guerra y destrucción.
Techo, tierra, trabajo, pan, salud, educación, independencia, democracia, libertad,
estas fueran nuestras demandas en la larga noche de los 500 años,
estas son hoy nuestras exigencias."


Trecho do Manifesto Zapatista gravado na música:
Ezln...para todos todo... - Manu Chao

6.6.10

The Invitation

It doesn’t interest me
what you do for a living.
I want to know
what you ache for
and if you dare to dream
of meeting your heart’s longing.


It doesn’t interest me
how old you are.
I want to know
if you will risk
looking like a fool
for love
for your dream
for the adventure of being alive.


It doesn’t interest me
what planets are
squaring your moon...
I want to know
if you have touched
the centre of your own sorrow
if you have been opened
by life’s betrayals
or have become shrivelled and closed
from fear of further pain.


I want to know
if you can sit with pain
mine or your own
without moving to hide it
or fade it
or fix it.


I want to know
if you can be with joy
mine or your own
if you can dance with wildness
and let the ecstasy fill you
to the tips of your fingers and toes
without cautioning us
to be careful
to be realistic
to remember the limitations
of being human.


It doesn’t interest me
if the story you are telling me
is true.
I want to know if you can
disappoint another
to be true to yourself.
If you can bear
the accusation of betrayal
and not betray your own soul.
If you can be faithless
and therefore trustworthy.


I want to know if you can see Beauty
even when it is not pretty
every day.
And if you can source your own life
from its presence.


I want to know
if you can live with failure
yours and mine
and still stand at the edge of the lake
and shout to the silver of the full moon,
“Yes.”


It doesn’t interest me
to know where you live
or how much money you have.
I want to know if you can get up
after the night of grief and despair
weary and bruised to the bone
and do what needs to be done
to feed the children.


It doesn’t interest me
who you know
or how you came to be here.
I want to know if you will stand
in the centre of the fire
with me
and not shrink back.


It doesn’t interest me
where or what or with whom
you have studied.
I want to know
what sustains you
from the inside
when all else falls away.


I want to know
if you can be alone
with yourself
and if you truly like
the company you keep
in the empty moments
.



By Oriah © Mountain Dreaming,
from the book The Invitation
published by HarperONE, San Francisco,
1999

19.5.10

Oli

O norte
A brasa
A ponte
Inteiro e condensado.

Corda do centro
Canção do meio dia.


(Desenho meu do meu irmão. Escola Waldorf, 1998)

24.3.10

... sobra ar.



Não me apontas, prepotência. Não me apontas, preguiça. Não me apontas, ausência!


Sou metade e daí?
E daí que não me sou... e o que lembro de mim?!


Vens, vens doer se for verdade! Rasga a fantasia, me desperta.

21.1.10

Minha raiva subtamente amaciou e virou uma parede de pudor
e estranhamento...

11.1.10

Conhecimento

Conhecimento é a apropriação das experiências e estímulo de luz para a criação e evolução. E através de um processo orgânico e analítico muito particular de cada um, criamos em nosso banco de dados o local onde a informação será guardada. E esse local define a qualidade e o contexto com que vêmos e reconhecemos o mundo. A partir disso, executamos nossas escolhas e definimos nosso crescimento.


A saudade não é um abismo que te desintegra. Mas pelo contrário é o que te faz ficar lúcido e inteiro e inteiro de novo.


A impecabilidade é relativa. Às vezes é preciso ser rápido e silencioso e, às vezes ruidoso e lento.


SP, 30/04/07

Timidez

A timidez só é benéfica quando age em prol de ponderar ações.
Mas não tem charme algum quando não trabalha junto com as intenções puras de espírito. Influenciada pelo poder do ego, a timidez sabota a compreensão sensora trazendo ruídos à mensagem que chega ao receptor. E normalmente o "bloqueio" acontece antes mesmo que o receptor crie significado.

SP, 29/04/07

9.1.10

Juana Molina

"What inspires me the most is the radom behavior in the nature que un pájaro tiene un modo de cantar con sus notas que le son própias y esas notas nunca suenan con el misma orden. Entonces ese modo tan aleatório hace que haga todo el tiempo como una cosa de un estado expectante que uno no sabe que va pasar exactamente... pero pasa."  Juana Molina.



8.1.10

Portas

Quero liberar o que não controlo.
Aquilo que o espírito não entende, o corpo berra!


Paixão é como a abstinência tóxica: te rasga calado.


Você me abre certas portas que criam.
Não quero nunca deixar de ter dúvidas a seu respeito.


Deixo o momento entrar com calma porque sei que ele também me espera.


SP, 27/04/07

As verdades dos 17

Por muito tempo namorei a eternidade como se fosse a minha única certeza, a única resposta. Depois quando percebi que não a possuía, virou obsessão. Minha vida virou uma grande pergunta. E procurava e procurava a resposta que me tornasse inteira. Às vezes sentia essa pausa da existência que é a solidão.

Quando me deparei com a instabilidade de ser de tudo, esperei o fim. E fiquei sentada olhando, vencida, a vida que me desafiara. Depois matei meu idealismo.

E como se tudo o que eu vivesse não existisse, fosse só sonho.
E dormir seria a certeza de viver.
Mas dormi na mentira e esqueci que há autenticidade fora do universo inconsciente.


POA, 18/05/03
Um sopro, um suspiro pesado e antigo.
Um sapato tão frio jogado no telhado.
Um rosto familar e misterioso.
Um sorriso melancólico e mórbido.


Antigas pisadas, agora velhas e apagadas. Ah como isso é bom! - não estou sozinha, mesmo perdida sem minhas pisadas que contornavam meu passado - à casa chego, enfim segura. É uma casa nova, mas é a minha casa.


Se me sinto só e não encontro minha identidade, faço-me lembrar de vozes que se fortalecem dentro de mim. Começo a me lembrar de momentos simples do passado. Deles me nutro, alimento minha alma desamparada, mas não esqueço de respirar o presente. Às vezes esqueço e entro na frustração de que não é aqui que quero estar. Quero me embrulhar no passado sem mágoas, mas ele também me sufoca.
Páro, vejo onde estou. Não estou muito longe da realidade, ando ao lado dela.


Porto Alegre, 24/04/04
Você se permite à exposição do esquecimento?

Abriria mão de todo o conhecimento adquirido?


Você desacelaria a poucos instantes de concluir um sonho?

Você desacelaria estando na crista da explosão criativa, se lhe parecesse certo?

Você pararia um sonho?


26/04/07