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8.1.10

Um sopro, um suspiro pesado e antigo.
Um sapato tão frio jogado no telhado.
Um rosto familar e misterioso.
Um sorriso melancólico e mórbido.


Antigas pisadas, agora velhas e apagadas. Ah como isso é bom! - não estou sozinha, mesmo perdida sem minhas pisadas que contornavam meu passado - à casa chego, enfim segura. É uma casa nova, mas é a minha casa.


Se me sinto só e não encontro minha identidade, faço-me lembrar de vozes que se fortalecem dentro de mim. Começo a me lembrar de momentos simples do passado. Deles me nutro, alimento minha alma desamparada, mas não esqueço de respirar o presente. Às vezes esqueço e entro na frustração de que não é aqui que quero estar. Quero me embrulhar no passado sem mágoas, mas ele também me sufoca.
Páro, vejo onde estou. Não estou muito longe da realidade, ando ao lado dela.


Porto Alegre, 24/04/04

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